
Ele é de uma das raças mais sensíveis às oscilações da economia, mas se mantém popular graças ao fascínio do tamanho avantajado, da beleza e da afetividade
Apenas 13 entre mais de 100 raças superaram o Dogue Alemão em quantidade de filhotes registrados no ano passado em nosso país. Nas maiores cinofilias ocidentais a raça também é parte do seleto grupo de cães que mais registra filhotes. Posiciona-se sempre à frente de pelo menos 80% das raças existentes. Nada mal para esse gigante da espécie canina - um exemplar de Dogue Alemão foi apontado como o cão mais alto do mundo, pela edição de 1997 do Guinness Book, o Livro dos Recordes.
O interessante é que o mundo lhe oferece espaços cada vez menores e o reinado do Dogue Alemão continua firme.
Porém, o número de compradores varia de forma curiosa.
A distância entre a vontade de ter um exemplar e se sentir pronto para ser seu dono aumenta ou diminui conforme o sobe-e-desce da economia.
E isso acontece bem mais acentuadamente nessa raça do que nas demais.
Quando a economia vai mal, quem mais adia a compra de cães são os amantes de Dogue Alemão.
Já, se ela vai bem, a venda de exemplares se multiplica velozmente levando à escalada das posições de maior destaque.
FLUTUAÇÃO
Um exemplo da acentuada vulnerabilidade do Dogue Alemão aos tropeços da economia acontece no Brasil. Em 1987, quando a indústria mal conseguia reabastecer o comércio devido à euforia do auge do Plano Cruzado, o Dogue Alemão tornou-se a quinta raça a mais registrar filhotes na Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Foi seu recorde nacional, com 4.295 registros, mais do que o dobro dos 1.825 no ano passado.
Desde então, apesar das crises, o total de cães de todas as raças registradas quase dobrou na CBKC. Devido a isso, a participação do Dogue Alemão sobre o total da Cinofilia caiu para menos de um quarto do que era. De 1987 para cá, despencou de 82 para 19 Dogues para cada mil cães registrados. O impressionante é que, mesmo assim, o Dogue Alemão ainda é a 14ª raça mais registrada no Brasil.
Outro bom exemplo das flutuações do Dogue Alemão, devido à situação econômica, está nos Estados Unidos. Lá ele desceu da 19ª posição em registros, pelo American Kennel Club (AKC), no início da década passada, para a 35ª, em 1993. A economia amargava uma fase ruim e os norte-americanos, como se sabe, dão valor a cada centavo.
"Você adquire uma cama para cão pequeno por 10 a 15 dólares, enquanto para um Dogue Alemão custa cerca de 100 dólares", compara Linda Tonnancour, presidente da mais importante entidade norte-americana da raça e a que mais registra Dogue Alemão no mundo, o Great Dane Club of America GDCA). "Castrar um Dogue custa o triplo dos cerca de 100 dólares cobrados pela cirurgia em cães pequenos ou médios", acrescenta. Desde 1993, economistas e criadores norte-americanos passaram a ter motivos para comemorar. Com a recuperação da economia, o Dogue Alemão disparou.
Reconquistou, ano a ano, sete posições perdidas, colocando-se no 28º lugar em 1998, em uma Cinofilia que registra 146 raças.
Mais um exemplo vem do próspero país de origem do Dogue Alemão, a Alemanha. Há seis anos a raça era a 12ª mais registrada. Agora é a 10ª. Pode ter certeza, a economia vai muito bem por lá.
texto originalmente encontrado no site petbrazil
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